Em meio ao sertão pernambucano, a rodovia PE-630, que se estende por cerca de 148 quilômetros ligando o distrito de Barra de São Pedro em Ouricuri ao distrito de Rajada em Petrolina, simboliza um sonho adiado. Construída na década de 80, a via se encontra inacabada, dependente de asfaltamento para cumprir seu papel vital no desenvolvimento regional. A falta de atenção dos políticos locais, que apenas se lembram da necessidade de investimentos em épocas eleitorais, revela um cenário de descaso que prejudica a população.
Um Histórico de Promessas: Apesar da importância estratégica da PE-630 para o transporte de gesso, produtos agrícolas e a promoção do turismo, a rodovia permanece em condições precárias. Governadores e deputados, eleitos com expressivas votações em municípios do Sertão, parecem ignorar o clamor por melhorias após o período eleitoral. A recente criação do programa “PE na Estrada” pela governadora Raquel Lyra (PSDB) é um passo positivo, mas a ausência de um compromisso firme por parte dos representantes da região levanta questões sobre a seriedade das promessas.
Quem São os Representantes do Sertão? Entre os deputados estaduais eleitos, nomes como Antonio Coelho (União Brasil), Roberta Arraes (PP) e Socorro Pimentel (União Brasil) têm o dever de atuar em prol dos interesses da população. No entanto, a falta de ação concreta para o asfaltamento da PE-630 indica que suas prioridades podem não estar alinhadas com as necessidades da região. O deputado Jarbas Filho (MDB), que assedia Dormentes como seu futuro colégio eleitoral, também deveria defender a conclusão dessa rodovia crucial, mas o silêncio é ensurdecedor.
Outros deputados, como Delegada Gleide Ângelo (PSB), Kaio Maniçoba (PP) e Doriel Barros (PT), também receberam apoio nas regiões do Araripe e São Francisco, mas ainda há uma cobrança crescente da população por medidas concretas.
A Realidade das Comunidades: Com a conclusão do asfaltamento da PE-630, diversas localidades seriam transformadas. Distritos como Rajada, Extrema e Lagoas, além das cidades de Dormentes e Santa Filomena, experimentariam uma realidade diferente: transporte mais ágil, geração de empregos, e uma nova dinâmica econômica. A ideia de que as ônibus e vans passariam a circular a cada 20 ou 30 minutos, conectando as cidades, não é apenas um sonho, mas uma possibilidade real que poderia mudar vidas.
Impacto no Desenvolvimento Regional: O crescimento de cidades como Santa Filomena e Dormentes em um único ano, em vez de 100, é uma visão que muitos esperam ver concretizada. O asfaltamento da PE-630 não seria apenas uma melhoria na infraestrutura; seria um catalisador para o desenvolvimento socioeconômico, promovendo o fortalecimento da rede hoteleira e de distribuição de alimentos na região.
Conclusão: O asfaltamento da PE-630 é mais do que uma obra de infraestrutura; é uma questão de sobrevivência para a integração e o progresso dos municípios sertanejos. Sem a pavimentação, o isolamento continuará a ser um fardo, perpetuando o atraso social e econômico que afligem a região. O descaso dos poderosos é evidente: enquanto eles lotam suas agendas durante as campanhas eleitorais, a população sertaneja permanece refém de promessas vazias, sufocada pela realidade de estradas precárias.
A pergunta que fica é: até quando os eleitores sertanejos aceitarão ser enganados por políticos que parecem ter uma “amnésia política” crônica? A pavimentação da PE-630 não deve ser uma promessa sazonal, esquecida entre as eleições, mas sim uma prioridade inadiável que reforce o compromisso com a população. O desenvolvimento do Sertão não pode aguardar mais um ciclo eleitoral; é hora de exigir ação concreta, não palavras vazias. O futuro das nossas cidades e da nossa gente está em jogo, e a hora de agir é agora.
FONTE CHARLES ARAUJO